O crédito rotativo do cartão é conhecido como uma porta de entrada para juros abusivos e dívidas que parecem não ter fim. Neste artigo, vamos explorar as razões pelas quais essa modalidade se torna tão perigosa e apresentar um roteiro de estratégias práticas e inspiradoras para você recuperar o controle das suas finanças.
O rotativo é a opção de pagar apenas o valor mínimo da fatura do cartão de crédito. Embora pareça uma solução provisória, essa escolha dispara juros altíssimos quando comparada a outras linhas de crédito.
As instituições financeiras chegam a cobrar juros do rotativo chegam a 450% ao ano, valor muito acima de outras modalidades, como crédito pessoal ou consignado. Isso significa que, a cada mês, o saldo devedor cresce de forma vertiginosa, tornando quase impossível a quitação sem um plano bem estruturado.
Em abril de 2025, a inadimplência cresceu 4,59% em abril em relação ao mesmo mês do ano anterior. Atualmente, 70,29 milhões de brasileiros estão negativados, o que representa 42,36% da população adulta brasileira.
O tempo médio de atraso de 27,7 meses revela o drama de quem luta contra as dívidas há anos. Além disso, as dívidas em atraso por mais de três anos cresceram 46,43% no último ano.
No cenário macroeconômico, a inflação prevista de 4,84% em 2025 e a projeção de Selic em 15% pressionam as taxas cobradas ao consumidor. Enquanto o custo médio da dívida pública federal gira em torno de 11,70% ao ano, o rotativo segue com patamares exponencialmente maiores.
Ao optar pelo rotativo, o consumidor entra em um ciclo vicioso: paga o mínimo, acumula juros compostos, aumenta o saldo devedor e, no mês seguinte, enfrenta uma conta ainda maior. Essa condição gera um forte impacto emocional, com sentimentos de impotência e ansiedade.
Além disso, a permanência no rotativo leva à restrição cadastral (SPC/Serasa), dificultando o acesso a linhas de crédito mais baratas e prejudicando sonhos como adquirir um imóvel ou investir em educação.
Combater o rotativo exige uma combinação de atitudes educacionais, financeiras, práticas, tecnológicas, psicológicas e relacionais. A seguir, veja um conjunto de ações que podem fazer toda a diferença.
Empresas que investem em educação financeira e planejamento contínuos e em abordagens humanizadas e tecnologia de negociação apresentam melhores índices de recuperação de crédito. Ferramentas digitais, como simuladores e alarmes de vencimento, ajudam o consumidor a tomar decisões mais conscientes.
Além disso, a atuação de profissionais de defesa do consumidor pode oferecer suporte jurídico e orientações para evitar práticas abusivas por parte de credores.
Sair do rotativo é apenas o primeiro passo para uma vida financeira mais equilibrada. Após a quitação, crie um fundo de emergência, renegocie taxas de serviços bancários e mantenha o hábito de revisar seu orçamento mensalmente.
Com disciplina, planejamento e o uso das estratégias apresentadas, é possível não apenas renegociar o rotativo, mas também construir um histórico de crédito saudável, livre de surpresas e cobranças excessivas.
Lembre-se: o controle financeiro é um processo contínuo. Ao adotar práticas conscientes e buscar apoio quando necessário, você transforma dívidas em aprendizados e pavimenta seu caminho rumo à liberdade financeira.
Referências