A partir de 2025, o financiamento público para a saúde no Brasil ganhou novo fôlego com a criação do Fundo de Investimentos em Infraestrutura de Saúde. O FIIS-Saúde, operado pelo BNDES, destina investimentos totais de R$ 20 bilhões para modernizar a rede pública e ampliar serviços. Com juros subsidiados abaixo do mercado e prazo de pagamento de até 20 anos, hospitais conveniados ao SUS, entidades filantrópicas e SPEs têm condições inéditas para inovar suas operações.
A crescente demanda por serviços de saúde, impulsionada pelo envelhecimento populacional e pelas doenças crônicas, evidencia a necessidade de recursos adicionais. Regiões remotas sofrem com “desertos assistenciais” e longas filas de espera. Nesse cenário, o governo federal incluiu no programa Agora Tem Especialistas ações para atrair investimentos e reduzir desigualdades. A previsão de carência estendida e taxas reduzidas busca estimular projetos que garantam a continuidade dos atendimentos sem pressionar o orçamento de estados e municípios.
Além dos aportes do FIIS-Saúde, emendas parlamentares garantem cerca de R$ 6 bilhões anuais para a atenção primária. Essa soma fortalece equipes de Saúde da Família, NASF e serviços odontológicos, criando uma rede de prevenção mais eficaz. O uso transparente dos recursos, registrado no CNES, confere segurança aos gestores e à sociedade, que pode acompanhar cada repasse.
Para ter acesso ao crédito, as entidades precisam apresentar projeto detalhado e estar com cadastro ativo no CNES. São aceitos hospitais privados, filantrópicos, Organizações Sociais e entes públicos. A seleção prioriza empreendimentos que fortalecer a rede vinculada ao SUS e melhorem o atendimento em áreas críticas.
Os recursos podem ser aplicados em:
Projetos voltados à informatização, gestão de prontuários eletrônicos e integração de sistemas de telemedicina também ganham destaque, pois promovem a eficiência e reduzem custos operacionais.
O aporte de R$ 20 bilhões pelo FIIS-Saúde representa apenas uma fração das necessidades projetadas até 2070. Estudo da Instituição Fiscal Independente (IFI) indica que, para responder ao envelhecimento da população e incorporar novas tecnologias, será preciso um esforço orçamentário crescente. As transferências federais para a atenção primária, já robustecidas por portarias como a GM/MS nº 6.565/2025, são complementadas por esses empréstimos, criando um ecossistema financeiro mais sustentável.
Esse mecanismo integrado visa evitar a diminuição das filas de espera e fortalecer a capacidade de resposta dos serviços, sem comprometer a saúde financeira das instituições.
Embora o processo envolva etapas burocráticas, a utilização do portal TransfereGov simplifica a inscrição. É fundamental:
A aprovação depende do cumprimento dos critérios de elegibilidade e da qualidade do plano de aplicação dos recursos. Uma boa governança e relatórios periódicos podem acelerar a liberação dos valores.
Empreender na saúde com recursos de terceiros exige cautela. Entre os principais riscos estão:
Para mitigar essas ameaças, gestores devem investir em controles internos, auditorias periódicas e capacitação das equipes. O uso de sistemas de monitoramento, como o InvestSUS, ajuda a acompanhar o desempenho e a alinhar metas.
As projeções até 2030 indicam que a digitalização, a telemedicina e a inteligência artificial serão pilares do setor. Para aproveitar essas tendências, é essencial que as instituições:
Com uma visão estratégica, é possível garantir a modernização do parque tecnológico de saúde e ampliar o acesso da população. O equilíbrio entre recursos próprios e empréstimos inteligentes cria um ciclo virtuoso, beneficiando pacientes, profissionais e gestores.
Em resumo, o Empréstimo para Saúde surge como uma ferramenta transformadora, capaz de impulsionar o setor diante de desafios crescentes. Ao compreender as regras, aproveitar as oportunidades e adotar práticas de governança, hospitais e entidades garantem melhores resultados clínicos e maior eficiência econômica.
Referências