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Cartões de Crédito Co-Branded: Vale a Pena Adquirir?

Cartões de Crédito Co-Branded: Vale a Pena Adquirir?

13/10/2025 - 02:08
Marcos Vinicius
Cartões de Crédito Co-Branded: Vale a Pena Adquirir?

Em um mercado cada vez mais competitivo, explorar opções de pagamento que tragam vantagens reais pode ser fundamental para consumidores e empresas. Os cartões co-branded têm ganhado espaço, mas será que eles atendem às suas necessidades?

O que são cartões co-branded?

Os cartões de crédito co-branded são produtos financeiros emitidos em parceria entre uma instituição bancária e uma marca de varejo, companhia aérea, rede de supermercados ou outro segmento. A instituição financeira disponibiliza a infraestrutura de pagamento, enquanto a marca parceira oferece benefícios alinhados ao perfil de seu público.

Ao adotar uma identidade visual própria e atrativa, esses cartões levam o nome da marca associada, possibilitando ao usuário acumular pontos, milhas ou descontos exclusivos. Além disso, a bandeira (Visa, Mastercard, Elo ou American Express) garante a aceitação em diferentes estabelecimentos, diferentemente do private label, restrito apenas à própria rede parceira.

Diferenças entre co-branded e private label

É comum confundir co-branded e private label, mas há diferenças cruciais. Enquanto o private label só funciona dentro do estabelecimento emissor, gerando um ciclo de consumo fechado, o co-branded amplia o uso para qualquer comércio que aceite a bandeira, mantendo benefícios na marca parceira.

Essa comparativa destaca que o co-branded combina versatilidade de uso com benefícios exclusivos na marca parceira, enquanto o private label é mais restrito e focado em fidelizar o cliente dentro de um único canal de vendas.

Como funcionam esses cartões?

O processo de criação de um cartão co-branded envolve negociação de design, mix de benefícios, critérios de distribuição e análise de público-alvo. Tanto a marca parceira quanto o banco definem regras de programa de pontos, políticas de anuidade e canais de atendimento.

Para solicitar, o interessado pode ir até uma loja física, acessar o site da rede ou usar o aplicativo do banco emissor. Em todos os casos, é aplicado o processo de análise de crédito padrão, que considera histórico de pagamentos, renda e score de crédito.

O modelo de negócios envolve divisão de receita: o banco recebe parte das tarifas de transação e juros, enquanto a marca parceira obtém retorno por meio de marketing e fidelização. Em geral, há metas mínimas de adesão e uso para garantir viabilidade econômica ao programa.

Vantagens para o consumidor

  • Uso liberado em milhares de estabelecimentos, inclusive no exterior.
  • Acúmulo de pontos ou milhas em programas específicos da marca parceira.
  • Descontos e condições exclusivas em promoções e parcelamentos.
  • Possibilidade de acesso antecipado a lançamentos, eventos e ofertas especiais.

Para quem já é cliente fiel de uma rede de supermercados, de uma loja de departamento ou de uma companhia aérea, o cartão co-branded pode representar um incremento significativo no retorno sobre as compras realizadas com frequência.

Vantagens para a empresa parceira

Do ponto de vista corporativo, lançar um cartão co-branded significa reforçar a marca e estreitar o relacionamento com o consumidor. A parceria com um banco gera receita adicional por meio de anuidades, juros e taxas de transação.

Além disso, ao oferecer um meio de pagamento próprio, a empresa cria um fidelização e incentivo à recompra poderoso, mantendo o cliente dentro de seu ecossistema por meio de recompensas exclusivas.

Desvantagens e cuidados

  • As vantagens podem perder atratividade se o consumidor não utilizar frequentemente o estabelecimento emissor.
  • Possível taxas superiores a cartões convencionais, impactando o custo-benefício.
  • Risco de endividamento ao acumular vários cartões com faturas independentes.
  • Quando não aproveitados adequadamente, outros cartões podem oferecer programas de pontos abertos para diversos parceiros.

É fundamental avaliar o perfil de consumo e projetar o volume de gastos antes de contratar. Um cliente que não monetiza as vantagens pode acabar pagando mais do que recebe em benefícios.

Exemplos no mercado brasileiro

O Brasil é um dos maiores mercados para cartões co-branded. Entre os mais populares, destacam-se o cartão LATAM Pass, emitido pelo Itaú; o Smiles, oferecido pelo Banco do Brasil e Bradesco; o TudoAzul, do Bradesco; além dos cartões de redes varejistas como Magazine Luiza, Carrefour e Americanas, frequentemente emitidos por grandes bancos como Itaú e Banco do Brasil.

Esses produtos refletem o processo de fintechização do varejo, onde marcas ampliam seu portfólio de serviços financeiros e investem em tecnologia de pagamento.

Números e tendências do mercado

A Mastercard, por exemplo, apoia mais de 10.000 programas co-branded no mundo, demonstrando a força global desse modelo. No Brasil, o segmento de milhas e recompensas cresce de forma acelerada, movimentando bilhões em transações anualmente.

Segundo dados da Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), os cartões co-branded representam cerca de 15% do valor total de transações de crédito no país. A adoção de integração com carteiras digitais e pagamentos contactless acompanha a demanda por métodos de pagamento mais rápidos e seguros.

Quando vale a pena adquirir?

O cartão co-branded é indicado para quem já mantém um relacionamento constante com a marca parceira. Viajantes frequentes que acumulam milhas em companhias aéreas específicas podem maximizar seus ganhos. Consumidores que realizam compras regulares em redes de varejo ou supermercados também encontram na fidelização uma excelente oportunidade. Ademais, quem valoriza acesso antecipado a ofertas e eventos exclusivos tende a usufruir melhor desse tipo de produto.

Quando não vale a pena?

Se o gasto médio anual não justifica o pagamento de anuidade, ou se não há consumo relevante na rede parceira, é melhor optar por outros cartões genéricos. Programas universais de pontos permitem trocar recompensas entre múltiplas marcas, oferecendo mais flexibilidade. Consumidores com perfil de uso esporádico devem avaliar cuidadosamente se o co-branded trará benefícios concretos, evitando acúmulo de dívidas por má gestão de limites.

Como solicitar seu cartão co-branded

A contratação geralmente pode ser feita diretamente na loja ou canal de atendimento da marca parceira. Também é possível solicitar pelo site ou aplicativo do banco emissor, mediante cadastro e envio de documentos. Em alguns casos, convites ou ofertas direcionadas são enviados por e-mail ou SMS, permitindo a solicitação rápida e facilitada.

Após o envio das informações, o cliente passa pela análise de crédito e, se aprovado, recebe o cartão pelos Correios ou pode optar pela retirada em loja física. Em geral, o processo é simples e segue parâmetros do mercado financeiro.

Dicas para uso consciente

Para aproveitar ao máximo o cartão co-branded, siga estas recomendações:

1. Planeje seus gastos mensais de acordo com o perfil de consumo na rede parceira.

2. Monitore o extrato e utilize alertas para não perder prazos de pagamento.

3. Compare o custo da anuidade com o potencial de retorno em pontos, milhas ou descontos.

4. Evite parcelamentos com juros altos e procure liquidar o saldo sempre que possível.

Conclusão e perspectivas

Os cartões de crédito co-branded representam uma evolução no relacionamento entre consumidores e marcas, unindo conveniência e recompensa em um único produto. Quando bem aproveitados, oferecem grandes ganhos para quem concentra gastos em um mesmo segmento e podem significar economia, praticidade e fidelidade.

Com o avanço da tecnologia e a popularização de soluções digitais, é provável que surjam ainda mais produtos co-branded, envolvendo parcerias inusitadas e serviços integrados, como seguros de viagem e assistências exclusivas. Acompanhar essas inovações será essencial para identificar oportunidades de economizar e desfrutar de experiências personalizadas.

Marcos Vinicius

Sobre o Autor: Marcos Vinicius

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