A antecipação do FGTS, por meio do saque-aniversário, ganhou novo fôlego com as mudanças implementadas em novembro de 2025. Essas novidades podem transformar o acesso ao crédito, mas exigem atenção e planejamento.
Este artigo traz um panorama detalhado sobre as regras atualizadas, vantagens e riscos, passos para contratar e impactos para trabalhadores e para a economia.
Em outubro de 2025, o Conselho Curador do FGTS aprovou um conjunto de medidas para equilibrar as finanças do fundo. A partir de 1º de novembro de 2025, as regras de antecipação do saque-aniversário passaram a ter limites mais rigorosos, visando preservar recursos para habitação, saneamento e investimentos públicos.
Essas alterações foram motivadas pelo alto volume de recursos antecipados e pela preocupação com a sustentabilidade do fundo e a proteção dos trabalhadores.
Para ilustrar as mudanças, apresentamos a seguir uma comparação entre as condições anteriores e as regras em vigor:
Entre 2020 e 2025, foram antecipados R$ 236 bilhões por aproximadamente 21,5 milhões de trabalhadores. Desse total, 70% optaram pela alienação financeira, vendendo o direito de saque a instituições.
Estima-se que até 2030 cheguem às mãos dos trabalhadores mais R$ 84,6 bilhões por meio dessa modalidade. Antes da reforma, contratos permitiam sacar até oito anos de saldo em uma única operação, concentração que pressionou os cofres do FGTS.
O governo federal busca conter o volume de antecipações para garantir que o FGTS continue financiando projetos de infraestrutura e habitação social. A retirada excessiva de recursos afeta a capacidade de investimento coletivo e pode comprometer programas de saneamento básico.
Autoridades alertam que o saque-aniversário pode se tornar uma “armadilha” para trabalhadores menos preparados financeiramente, já que a antecipação reduz a reserva disponível em caso de desemprego.
Entre as propostas em discussão está o uso de até 10% do saldo do FGTS como garantia em crédito consignado, o que poderia oferecer custos ainda menores. Entidades sindicais e representantes do setor financeiro acompanham os debates no Conselho Curador.
Enquanto isso, cabe ao trabalhador avaliar cuidadosamente se a antecipação atende às suas necessidades e planejar o uso responsável desse recurso, considerando sempre as possíveis consequências no longo prazo.
Referências